No Brasil o câncer de próstata ocupa a segunda posição do tipo que mais atinge aos homens, perdendo apenas para o câncer de pele. A American Cancer Society (ACS) estima que o câncer de próstata para a população americana em 2016 seja: 180.890 novos casos e cerca de 26.120 mortes causadas pela doença. Ainda sugere que um homem a cada sete pode ser diagnosticado com o câncer de próstata ao decorrer da vida.
A doença é prevalente em homens mais velhos, a cada dez casos, seis são diagnosticados em pacientes com idade igual ou superior a 65 anos, tornando raro diagnósticos em indivíduos com 40 anos ou menos. Nos Estados Unidos a doença é a segunda maior causa de morte entre os homens e fica atrás somente do câncer de pulmão.
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Para o Dr. Hezio Fernandes, oncologista, o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata é o histórico familiar, pois até o momento não há literaturas que comprovem a associação de fatores externos. O médico aponta como os principais sinais emitidos pela doença o aumento prostático benigno, considerado normal entre os 40 e 50 anos de idade.
“O paciente também pode ser acometido pela diminuição de jato urinário e nicturia - acordar no meio da noite para urinar. Em casos avançados podem surgir às metástases ósseas, acompanhado de dor óssea”, aponta.
São raros os diagnósticos de câncer de próstata em pacientes com idade inferior a 40 anos. A cada dez casos seis estão presentes em homens com idade igual ou superior a 65 anos.
Estudos sugerem que o câncer de próstata é incidente em homens afro-americanos e caribenhos, assim como ascendentes de africano. Homens afro-americanos também correm maior risco de adquirir a doença, podendo dobrar as chances quando comparado com outras etnias. O câncer de próstata é menos frequente em asiáticos-americanos e hispânicos. Ainda não há comprovações na literatura para tais estimativas.
O câncer de próstata foi recorrente em determinadas famílias, apontaram pesquisas, porém muitos cancros da próstata também foram diagnosticados em pacientes que não tiveram casos na família. Quando o pai ou o irmão teve câncer de próstata os riscos podem dobrar e estudos ainda salientam que as chances podem ser ainda maiores quando o irmão teve a doença, do que ao se tratar do pai. “Quando há casos de diagnóstico entre os familiares é importante incentivar a procura por médicos especialistas no sentido de iniciar a prevenção ou a detecção precoce do tumor”, alerta o médico.
Determinadas alterações genéticas hereditárias podem ser relacionadas com o desenvolvimento do câncer de próstata, porém esses dados representam uma pequena porcentagem dos casos. Mutações que ocorrem no BRCA1 ou BRCA2 aumentam os riscos do câncer de mama e cancro do ovário em certas famílias. Estudos sugerem que mutações nos genes, sobretudo no BRCA2, tem associação ao risco de câncer de próstata em alguns homens.
O câncer de próstata é uma doença silenciosa que emite alguns sinais apenas em seu estágio avançado, portanto a melhor forma de deter a doença é por meio dos exames e diagnóstico precoce. O oncologista alerta quanto a necessidade de verificar os níveis do PSA, sobretudo em pacientes acima de 50 anos de idade. “PSA significa Antígeno Prostático Específico. Trata-se de uma substância produzida pela próstata e pode aumentar de maneira significativa em pacientes cuja próstata sofreu alguma degeneração tumoral”, explica.
Novembro Azul: câncer de próstata prevenção
No entanto, estar com alterações no PSA não significa que o indivíduo apresenta diagnostico de câncer de próstata. O médico cita como exemplo algumas situações que podem alterar os níveis dessa substância, tais como: traumas na região perineal (andar de bicicleta/cavalo), ejaculações (relação sexual), além dos medicamentos que quando usados continuamente podem provocar o aumento do PSA.
“Como exemplo dessas medicações temos os diuréticos, anti-inflamatórios e drogas que diminuem o colesterol. Infeções urinárias baixas podem contribuir para o aumento do PSA, sem relação com tumores. Com a idade, a próstata sofre um processo de aumento progressivo, o que resulta em aumento do (PSA), porém em níveis menores quando comparamos com o câncer”, orienta.
O especialista aponta como opção de tratamento para o câncer de próstata inicial e de baixa agressividade a cirurgia de laparoscopia por robótica. A radioterapia é também uma opção de tratamento e previne a agressão aos órgãos vizinhos da próstata.
“Para os casos avançados, temos medicamentos mais recentes, como a Abiraterona e a Emzalutamida, ambas as medicações aumentaram a sobrevida e trouxeram benefícios aos pacientes com metástases”, classifica.
A melhor forma de combater o câncer de próstata é por meio do exame preventivo após os 45 anos de idade. O médico salienta que as alterações podem apresentar-se de forma benigna ou maligna. “O médico urologista geralmente se cerca do toque prostático, as medições do PSA e o ultrassom da próstata para estas avaliações”, orienta.
Participação do oncologista, Dr. Hezio Fernandes
Diretor clínico do Instituto Paulista de Cancerologia
Referências:
http://www.cancer.org/cancer/prostatecancer/detailedguide/prostate-cancer-risk-factors
http://www.cancer.org/cancer/prostatecancer/detailedguide/prostate-cancer-key-statistics
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/prostata/definicao++